7 de mai. de 2014

A Paixão e o BDSM



Estes quase 16 anos de vivência submissa me tornaram uma pessoa melhor. No decorrer deste tempo passei por algumas situações difíceis, outras tantas de muitas alegrias.  Todas me fizeram manter o foco na obediência aos ensinamentos e no aprendizado, pois para viver bem o SM é necessária a disposição para aprender sempre.

Desde o início na servidão, nunca pretendi o amor  do Dono. Seu respeito pela minha entrega, a consideração, o desejo, sobretudo o orgulho de ter a mim como sua propriedade sempre fizeram com que me sentisse feliz.

Também, não pretendi me apaixonar, por que sempre pensei que paixão e servidão não seriam boas companheiras. Temo a paixão, ciente que ela jamais caminha só. Traz consigo a  negatividade dos ciúmes e dos desejos de posse, tudo que, se não é bom em uma relação baunilha, não é permitido à uma escrava em relação ao seu Senhor.

No meu raciocínio, uma escrava deve amar o Dono, adorá-lo. Dedicar-se com afinco em dar-lhe prazer, sempre firme no propósito de não passar daquilo que Ele deseja e pretende. Apaixonada, será que uma submissa conseguiria ter este controle? A paixão deixa alguma brecha para o autocontrole? Não creio. 

Entretanto, se tudo caminha com harmonia, laços poderosos de afeto se estabelecem e na relação haverá momentos de picos de paixão por parte de um, de outro, ou o que é melhor, por parte de ambos. 

De resto, a ansiedade deve ser contida, controlada, e o foco deve estar na confiança, na obediência, no cumprimento às ordens, na atenção aos ensinamentos e no respeito. Se assim for, e se quem Domina resistir a não salivar diante da imagem de sua submissa se corroendo de paixão, será bem provável que tudo caminhe a contento.

Prova disso são as relações duradouras que vemos no meio. Muitas delas que duram até mais do que relações baunilhas  onde atualmente a palavra cumplicidade anda tão esquecida.
Mas, vocês hão de me perguntar:

_E então, Amar, agora, perdidamente apaixonada, o que fará quanto aos seus sentimentos em relação aquele que te rege? Será, como diz o velho ditado: "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço???

_Minhas amigas, ai de mim... rs... mas, eu lhes digo que tenho fé no comando e nos ensinamentos daquELE que me conduz, afinal a guia da minha coleira está em suas mãos e todos os meus desejos e sentimentos estão sob os pés dELE. 

Continuo achando que serve melhor aquela que ama e adora sem paixão. Mas, quem disse que é possível controlar o coração, este selvagem e indomável cavalo? 

Amar Yasmine
a escrava encantada do
SENHOR DIABLO


5 comentários:

{ÍsisdoEgito}JZ - Tua, somente tua disse...

Amar Yasmine querida,

sabe, eu sei bem o que é estar completamente apaixonada pelo Dono e vice versa.
Nossa relação caminhou para esta paixão. Mas de fato, é divicil por vezes...

Somos apaixonados um pelo outro, meu Dono e eu; Nesses 7 anos, Ele já viu-me e sentiu na pele, eu me corroendo de ciúme, aquele ciúme que vem com a paixão, que vc descreveu, mas Ele aprendeu a salivar no momento que essa saliva devesse acontecer ou não salivar quando achasse que não seria o momento e meu ciúme não tivesse motivo ou coerência.
E eu tive que aprender a manerar ou não ter o ciúme das coisas que Ele deseja e Dele próprio.

Mas o que posso dizer é que quando eu me entrego/dedico, infelizmente - ou felizmente -, não sei separar essa minha entrega/dedicação, o que faço com prazer e orgulho, da paixão.
Sou movida a paixões Amar, e se entro em algo de cabeça, é certo que haverá a paixão exacerbada de minha parte, e isso ocorre em tudo que pego pra fazer e/ou com todos que me acerco e me dôo.

Lindo texto, bom para se refletir...

Beijos mais que carinhosos,

ÍsisdoJUN

Anônimo disse...

Amar, acredito que mantendo-se a máxima de que uma relação verdadeira prima pela confiança, lealdade e baseada na cumplicidade tudo pode ser extremamente prazeiroso se usarmos da transparência, e honestidade com o diálogo! Podemos e devemos vivenciar a relação ao máximo sem medos ou culpas. Basta que respeitemos os acordos e tenhamos serenidade e equilíbrio para caminharmos conscientes das nossas escolhas e sentimentos! Bjos ternos da dê!
desirée de Dom Pietro!

Unknown disse...

Vixeeee.

Amar...

Como??? Como controlar esse cavalão desembestado??? A paixão??? Viiiiiiixeeeeee!!!!

Confesso e não tenho vergonha de dizer, que esse cavalão de vez em quando, quebra as cercas e faz um estrago danado!!! Ainda bem que Dono o coloca no devido lugar e, conserta as cercas quebradas.

Ou seja, já admito que sou apaixonada por Dono!

Mas, acredito eu, que as respostas ao meus questionamentos, já se encontram no seu escrito:

"De resto, a ansiedade deve ser contida, controlada, e o foco deve estar na confiança, na obediência, no cumprimento às ordens, na atenção aos ensinamentos e no respeito."

Perfeito!!!
Explicação mais que perfeita!
Reflexão sempre.

Beijos!
{perséfone core}_DC

{Λїtą}_ŞT disse...

Cavalo indomável esse!!! Quem pode?
Difícil demais não amar àquele a quem resolvemos nos entregar mas é preciso purificar esse sentimento, retirar dele toda impureza como ciúmes, posse, inseguranças e afins... difícil, muito difícil.
Mas se nada funcionar, fazer uso dos 3 F: força, foco e fé pq o cavalo é bravo... rsrsrsrsrsrs.
Beijos, amada

Anônimo disse...

Amar,
Eu concordo que quem serve melhor é aquele que está isento de outros sentimentos que ofusquem o prazer em apenas servir.
Entretanto, somos humanos, e como tais, cheios desses lindos e contraditórios sentimentos que deixam a vida mais agitada e saborosa.
Ao meu ver, a beleza de amar o Senhor que tem a guia nas mãos está justamente no despertar desses sentimentos todos. Assim, a escrava terá a grande oportunidade de ir ao fundo de tudo o que há de melhor e pior na sua índole, domar seus sentimentos, ultrapassá-los; essas conquistas não só elevam a escrava mas a mulher.
Os princípios que desenvolvemos dentro de uma relação d/s, para poder cumprí-la com competência, levamos às nossa vidas baunilhas e assim poderemos ser mulheres menos arrogantes, mães mais pacientes, filhas mais tolerantes, amigas mais fiéis...
Amei seu texto.
Bjinhos
Bia de Melbor