12 de fev. de 2017

Encantamento


Na opinião desta submissa que escreve estas linhas, vivenciar o BDSM não é apenas as práticas em si feitas isoladamente é um todo, a plenitude da essência BDSM.


É a fronteira do caminho para sexualidade para o erotismo, da intimidade, do outro lado do muro das convenções (se é que se pode falar em convenções). Se deixar levar pelo encantamento do Dominador. Sentir cada golpe como um processo intimo de transformação.

Tem também o cuidado, proteção, confiança, cumplicidade, e as atitudes do Dom e da submissa, está como figura passiva, em qualquer relação BDSM principalmente em uma D/s as práticas são o ápice e fazem parte desse todo. Um ciclo inquebrável que se completa.

As conversas, as sedutoras palavras escritas que soam como música orquestrada pelo Dominador (Ele) mostrando muitas vezes as faces de um sádico. Ensinando, instigando o conhecimento e o próprio (re)conhecimento como fêmea, observando cada passo, tendo a sensibilidade de conhecer esta vadia, de compreender esta puta, de se comprometer, isso encanta a mente desta fêmea e faz o corpo dela desejar transpor os limites. Não existe Dominador perfeito para submissa e sim o Dominador certo.


Aquele que quebra paradigmas que vai abrir  o caminho para o mundo de prazer, de redenção e rendição que jamais pensou esta primitiva que fosse possível.

Esta vadia aqui, testemunha em muitas redes sociais as pessoas colocarem em seus perfis que BDSM como estilo de vida mas na maioria das vezes apenas vivem, entre quatro paredes, isso para esta puta não basta. Ela não julga os que desejam e buscam essa forma de prazer. Mas para esta cadela saborear o controle no Dominador e sentir que entrou na parte emotiva, e na alma, vida desta, e que diariamente moldando a vadiagem, tornando inebriante e quase um vício.

Esta vadia já pensou de diversas formas diferentes até chegar em consenso de ideias ou dos valores que é construindo lentamente durante a trajetória desta puta dentro desse universo é lógico que tudo pode mudar, P/precisamos ter a mente aberta, sermos sagazes.

Por fim, esta vadia vê que no meio de tudo, S/somos homens e mulheres, somos criador(Dominadores) e criaturas(submissas) buscando, libertação dos tabus através da submissão e do Domínio. Em uma procura insana por si mesmo.


primitiva - rastejando, sentindo a força de um domínio


primitiva schanna



4 de fev. de 2017

Casa da Mãe Joana???



"Casa da mãe Joana é uma expressão popular que significa "o lugar onde todos mandam", sem organização, onde cada um faz o que quer."

E então, pergunto:
O BDSM é a casa da mãe Joana?
Eu mesma respondo: Não, não é!

E alguém perguntaria:
E quem é você, cara pálida, para dizer isso? Acaso é a síndica? A gerente, a dona do "estabelecimento"? A detentora de todas as verdades? A manda-chuva do BDSM?

Não sou dona de nada, nem de mim, já que pertenço a outra Pessoa. Mas defendo e defenderei sempre aquilo que me encantou justamente por ser diferente, por me dar uma vivência diferente da banalidade, hierárquica, injusta às vezes, difícil mas plena e prazerosa e que faz meu sangue correr com mais paixão nas veias. Não quero perder isso e então, repito: O BDSM não é a casa da mãe Joana!

Tem regras? Tem sim. E quando se começa a ignorar essas regras em nome do "meu BDSM" é que a coisa vira bagunça e fica perigosa porque onde não há regras pode-se fazer qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo. E aquelas submissas que defendem a falta de regras deveriam estar muito atentas a isto, ao que estão defendendo. 

Tem liturgia? Tem sim! É isso que o torna diferente de outros tipos de relações. Muitos não gostam da liturgia, acham uma palhaçada e estão no seu direito. Mas para quem acha que liturgia são só cerimônias cheias de aparatos, estão enganados. Muitos que dizem desprezar a liturgia querem que suas submissas beijem seus pés, suas mãos, que os chamem de senhor, que ostentem suas coleiras e isto também são pequenos atos litúrgicos porque, como já disse antes e vou repetir, uma relação hierárquica já carrega em si uma liturgia implícita imposta pelo respeito, que demanda uma série de comportamentos específicos que nada mais são que pequenos atos litúrgicos do dia a dia. 
Então, quem condena a liturgia mas faz uso destas coisas está apenas sendo bobo.

Tem fetiches? Tem sim! E são os mais variados porque fetiches são infinitos, é aquilo que faz a cabeça (e o tesão) de cada um. Mas atentem para o fato de que todo BDSMer é um fetichista e nem todo fetichista é um BDSMer. O que diferencia um e outro? Meu primeiro Mestre, um grande Mestre diga-se de passagem, me ensinou que o que diferencia o BDSM de outras relações e/ou de simples fetiche é "o jogo do poder". Mais especificamente, "o jogo da transferência de poder".
Então, quando você for tripudiar uma submissa, lembre-se que ela joga o jogo do poder como ninguém, que faz essa transferência como ninguém, logo, está sendo BDSMer como ninguém, inclusive, muito mais que você que a tripudia chamando-a de fantoche, boneca inflável, acéfala e outros nomes "carinhosos" que costumam atribuir.

E finalmente, BDSM é um conjunto finito. O acrônimo é autoexplicativo: Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo, ou seja, tudo no acrônimo sugere hierarquia, transferência de poder, então, se você quer ser daddy, baby, brat, pet, podo mas não quer jogar o jogo do poder, você é fetichista e não BDSMer. O BDSM não contém todos os fetiches, ao contrário, está contido no fetichismo. Este é o grande equívoco que cometem.
A confusão se dá porque desde o Fetlife as pessoas confundem as denominações fetichistas que lá estão (sim, pois o Fetlife é um site fetichista que abarca também os praticantes de BDSM e não o contrário) e algumas pessoas, desavisadas, fizeram uma tremenda confusão utilizando essas denominações sem no entanto estarem dispostas ao jogo de poder que o BDSM impõe.

E por que não se definirem exatamente como são? Por que fazer tanta questão de ser BDSMer a qualquer custo mesmo sem estarem dispostos a esse jogo de poder? Nem Freud explica mas seria muito mais fácil se cada um se assumisse exatamente como é.
E por que digo isso? Porque o BDSM é um universo paralelo onde as vivências são diferentes, onde as regras do mundo aqui fora não estão vigentes a não ser o respeito e o cuidado com os demais e com essa balbúrdia, tudo isto está acabando. Está virando mesmo a Casa da Mãe Joana.


{Λїta}_ST
Feliz Propriedade do Senhor da Torre





20 de jan. de 2017

Submissão Concedida

Alô amigos praticantes, simpatizantes ou simplesmente curiosos que nos visitam abrilhantando este espaço e fazendo do mesmo uma referência para quem está ou procura se enveredar pelos caminhos do BDSM...

Em primeiro lugar cabem nossas desculpas por estarmos há um tempo sem postar; o tempo voa para nós também. Entretanto, ainda é hora de desejar um Feliz 2017 aos nossos leitores pois o ano  apenas inicia... e que ele siga também com muitos prazeres, afinal, nós os buscamos no BDSM.
E por falar em prazeres temos uma notícia boa: o relançamento do livro Submissão Concedida de Mestre Jota SM.


Para quem não conhecia "a primeira edição de Submissão Concedida foi lançada em 2004. Uma produção independente que se esgotou em poucos meses, tornando-se uma raridade que hoje chega a ser vendida por até R$ 250,00. Diante do fechamento da editora, por anos a comercialização se deu por meio de cópias xerox a preço proibitivo, mas mesmo assim a procura continuava.

Passados doze anos, chegou a hora da segunda edição atualizada e ampliada. A história e o roteiro são os mesmos, mas diversas cenas foram revistas e novas práticas incluídas. O tempo passou e a modernidade exigiu uma revisão: A primeira edição não contava com WhatsApp e ainda existia o ICQ; as cadeiras no cinema não eram reservadas e nem o orkut havia sido lançado, quanto menos o Facebook. Tudo isso foi revisto nesta nova edição.

Mas o livro continua bem expondo, tentando esmiuçar, todo o maravilhoso universo de possibilidades e fantasias infindáveis do BDSM - sigla para Bondage (arte de amarrar) e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo.

Fugindo da linguagem vulgar, relata a história da relação entre uma escrava e seu Mestre, desde a descoberta de sua submissão e prazer com a obediência e dor, passando por todas as experiências e evoluções gradativas, até tornar-se uma escrava em entrega total sem limites a seu Dono.

E para que qualquer leitor ou leitora possa se identificar com os protagonistas, os mesmos não tem nomes nem lhes é definida qualquer característica específica, tais como idade, origem, estado civil, tipo físico ou nível sócio-econômico-cultural.

Desta forma, o leitor pode mergulhar no relato que o Mestre e Dono narra para sua escrava submissa, de todas as situações, sensações e sentimentos por ela vividos e sentidos nesta sua longa jornada.

E assim, quem sabe, embarcando nesta aventura cheia de sedução e erotismo, descobrindo e explorando as delícias do BDSM, seja como Dominador, escrava submissa ou até mesmo como curioso; relevando preconceitos, tabus e moralismos sociais; medos e reservas pessoais, você possa, após um previsível incômodo inicial e com tantos momentos de perplexidade diante de algumas cenas, descobrir que dentro de si também brilham o dom e desejo BDSM que necessitam apenas ser conhecidos, assumidos e lapidados.


Enfim, bem-vindos ao universo do BDSM."