26 de jul. de 2014

Um tom de realidade


E finalmente chega o trailer do filme Cinquenta Tons de Cinza, arrebatando milhões de pessoas pelo apelo do romance apimentado pelo sadomasoquismo.
Os praticantes de BDSM, que em sua maioria não gostaram da trilogia recheada de clichês - como o da mocinha virgem e inocente, com uma vida sem graça que se encanta pelo milionário rico, bonito e sedutor que a apresenta ao sadomasoquismo - por não retratar a realidade de quem tem o BDSM como estilo de vida e começam a comentar o trailer em opiniões divididas. Enquanto alguns mantêm a opinião sobre o livro, outros já consideram ver o filme. 
A diferença está, provavelmente, nos apelos visuais do filme. Sensualidade, erotismo, atores bonitos, cenas marcantes, muito romantismo e fantasia sim... afinal, quem nunca viajou em fantasias românticas que atire a primeira pedra. Cinema é entretenimento e fantasiar também faz parte do show.



Quanto à veracidade dos fatos mostrados no livro e consequentemente no filme, sabemos, não retratam fielmente a realidade de quem vive o BDSM.
Tivemos discussões acaloradas em grupos e comunidades sobre os prejuízos que o romance causou ao meio, trazendo um grande número de curiosos procurando encontrar ali o glamour de Christian Grey, rico, bonito e poderoso, mais príncipe encantado que Dom. E pela submissão conquistada não apenas pela sedução mas também com presentes caríssimos, desvirtuando sua verdadeira essência, despojada e desvinculada de favorecimentos financeiros, além de passar a falsa impressão de que pessoas que praticam sadomasoquismo têm um histórico de vida traumático e nebuloso que as levaram a isso.
Resta, a quem se interessar pelo tema através do filme, saber separar a fantasia da realidade. 
E a quem já é praticante, encarar o romance, seja no livro ou no cinema, como entretenimento e nada mais.
E boa diversão!




{Vita}_ST
Feliz propriedade do Senhor da Torre

24 de jul. de 2014

24/7 - Dia Internacional do BDSM


O Dia Internacional do BDSM foi criado em 2003 por um dos proprietários do clube BDSM de Barcelona, Rosas 5, que surgiu com o conceito de celebrá-lo na data que corresponde ao símbolo usado para as relações 24/7, dentro da comunidade BDSM.

Muita coisa aconteceu desde 2003 e o Dia Internacional do BDSM vem ganhando mais e mais atenção a cada ano. Graças à internet, a literatura e a mídia em geral, agora sabemos mais sobre BDSM do que há onze anos. 

Mas ainda há pessoas ao redor do mundo que perdem a custódia de seus filhos em processos de separação por serem praticantes de BDSM. Ainda há pessoas que são discriminadas por causa de sua orientação sexual e ainda há países que não permitem BDSM. 

Há até mesmo aqueles que ainda acreditam que as pessoas que se envolvem em BDSM, são mentalmente instáveis. 



Então, se você ainda tem dúvidas sobre por que deveria haver um dia especial para praticantes de BDSM, olhe novamente para as razões mencionadas acima. 

Fonte:
Island of Pain - baseado em texto de Stoltz Sinatra



Independente de como o mundo lá fora nos julgue, desejamos a todos os nossos leitores, praticantes ou simpatizantes, um feliz Dia Internacional do BDSM, com muitas alegrias e que continuemos evoluindo, vivenciando o BDSM e tendo muitos prazeres com ele. 
E que possamos extirpar ao menos do nosso meio o preconceito, vivendo e deixando viver, gozando e deixando gozar, alegrando-nos com a evolução de uns, compreendendo as limitações de outros, entendendo que buscamos todos a felicidade e irmanando-nos nesse nosso delicioso (sub)mundo.


Feliz 24/7 - Dia Internacional do BDSM!

*escravas & submissas*

21 de jul. de 2014

UM DOMINADOR REFLETE

Submissão x obediência


Muitas pessoas confundem os termos submissão e obediência, assim como confundem o termo submissa e escrava.
Já falei isso outras vezes mas aqui parece ser tudo igual: submissa, escrava, cadela, bottom e etc.
A submissão é uma entrega... é o desejo da outra pessoa se submeter, se entregar, sem se preocupar com a condução uma vez que ela confia na outra parte, no caso o Dom ou Domme.
A submissão é conquistada, já a obediência pode ser circustancial ou até forçada mas é como não tê-la.
Se você tem a obediência dentro da submissão ok, você realmente domina e controla aquela pessoa que se submete a você.
Se você tem apenas a obediência, você além de não ter a submissão completa, você ainda pode perder essa obediência e respeito.



Com a submissão vem o respeito, o temor, a obediência, e acima de tudo a vontade de servir e de se submeter.
O maior problema do SM hoje é que muitas submissas querem dar ordens a seus donos, ou querem controlá-los ou conduzí-los. 
Se isso acontece com você,  você acaba de descobrir que não é uma submissa e que não tem nada de submissa em você.
A submissão traz a admiração pelo Dom ou pela Domme.
Bom essa é minha opinião, não quer dizer que seja a única verdade, pois a verdade depende do conceito que temos cada um de nós.
Em outra ocasião vou descrever minha opinião sobre a diferença entre submissa e escrava.



Sds a todos os praticantes e amantes do BDSM SSC.

DomRT

18 de jul. de 2014

Humilhação: qual é a dose certa?



A humilhação, assim como a submissão, tem seus prazeres e seus abismos...

Humilhação, um dos principais componentes da Dominação Psicológica, é frequentemente utilizada na D/s, com diferentes propósitos.

A dose, grau, nível ou tipo de humilhação varia de acordo com quem aplica, com quem recebe e com o efeito que se deseja causar. 

A humilhação pode atingir das camadas mais superficiais às camadas mais profundas do psicológico submisso, podendo levar prazer a ambos ou levar à degradação de um pelo prazer do outro. Ela é frequentemente usada para levar o submisso a sentir e agir de acordo com o desejo do Dominante. 



Quando usada para o crescimento da sub, a humilhação ajuda a minar as defesas, as resistências, libertando a sub de pudores e outras limitações... ela é percebida e traduzida em forma de entrega e prazer... ela despe a escrava, desarma, liberta. 
Para isso, é preciso uma observação bastante atenta das reações para que a dose não seja maior que a suportável ou menor que a necessária.

A princípio, costuma-se usar uma humilhação explícita, direta, objetiva... simples xingamentos, ordens ou comandos diretos e imediatos, isso já causa um forte efeito em quem recebe. Assim  as reações ficam facilmente visíveis, fácil para ambos perceberem o que funciona melhor e o que não funciona, o que move e o que paralisa a sub .



É natural que com o tempo seja necessária uma evolução dos métodos para se obter efeitos semelhantes. 

Quando a humilhação é usada para outros propósitos, geralmente ela se dá de forma sutil, velada, quase imperceptível. Assim ela atinge as camadas mais profundas do emocional, podendo causar efeitos devastadores, podendo chegar a reduzir a sub a mero esterco ou a bem menos que isso... podendo levá-la na direção do abismo interior, de volta ao casulo, fechando-se nele pra se proteger de algo que ela nem sabe bem o que é, mas que sente esmagá-la.

A entrega permanece, porém, comprometida pela ausência do viço, do brilho, das cores de uma entrega plena. É a aniquilação de um em prol do prazer do outro.  

A humilhação se dá através do que é dito ou feito, mas se dá também através do que não é feito nem dito...



Eu, masoquista emocional que sou, faço da humilhação uma parte do meu alimento. E disse parte porque ninguém se alimenta apenas de humilhações, e também porque existem humilhações e humilhações, e nem todas elas são alimento, algumas são verdadeiros venenos. 

Uma coisa é a humilhação que durante uma cena, um momento, uma situação... uma coisa é fazer uso dela pelo direito que o Dom tem fazê-lo, pelo prazer que o ato proporciona a quem o faz, a quem recebe ou a ambos... uma coisa é utilizar-se dela para induzir a escrava a ter um determinado comportamento... uma coisa é xingar, mandar calar a boca, lamber o chão... isso é visível, é explícito, claro e objetivo, e se não for possível cumprir a ordem é só pedir dispensa da tarefa, é só usar a palavra de segurança ou se recusar a cumpri-la e pagar o preço depois, isso faz parte da vida submissa. 



Outra coisa bem diferente é ser mantido em estado constante de humilhação velada, sob o uso de subjetividades, de meias palavras, de silêncios, distanciamentos e indiferenças... ouvindo coisas que minam o emocional por minar, que enfraquecem, degradam simplesmente pq o Dom tem direito de usá-la como quiser, até mesmo dessa forma destrutiva. E tudo isso sem direito a safe porque, não importa o que seja dito, a tortura prossegue.



Não é preciso chamar de inútil pra humilhar; basta não lhe dar qualquer utilidade. 
Não precisa chamar de desprezível; basta desprezar. 
Não precisa gritar, xingar; basta ignorar a existência da pessoa.
Não é preciso mandar calar a boca; basta não dar ouvidos ao que é dito.
Há muita humilhação velada em tudo isso e o "melhor" é que o Dom nada precisa fazer, basta deixar acontecer .  

Da mesma forma que o masoquismo psicológico encontra um prato cheio na humilhação, um Sádico Psicológico encontra um prato cheio nesse masoquismo.



Há quem prefira direcionar a entrega nesse sentido. Só me pergunto: pra que tanto?!


luah negra

14 de jul. de 2014

Refletindo com Walcyr Carrasco

Saudações a T/todos!

O texto a seguir, escrito por Walcyr Carrasco em 2012 e reproduzido aqui em nosso espaço, retrata uma realidade que é e será real por muito tempo no mundo baunilha: o preconceito com mulheres vivendo relacionamentos com diferença expressiva de idade com o parceiro.
Embora o texto trate apenas das mulheres mais maduras, o preconceito existe também em relação às mais jovens. 
Se a mulher madura ao se relacionar com um homem mais jovem está sendo vítima do chamado "golpe do baú", a mulher jovem que se relaciona com um homem muito mais velho está aplicando o golpe.

E no BDSM, será que vivemos essa mesma realidade? 
Você já sofreu esse tipo de preconceito?
Leia e dê sua opinião...

O charme da mulher mais velha


Tenho um amigo jovem, bonitão e bem de grana que só gosta de mulher mais velha. Aos 28 anos, prefere namorar as com mais de 40 e já se declarou para uma de 54 – que não quis saber dele, por já ter outro envolvimento. É alvo de piadas o tempo todo: dos amigos, parentes, irmãos. Até do pai já ouviu conselhos contra uma recente namorada.

– Não fica bem. Vão pensar que é sua mãe.

Se não fosse sua boa situação financeira, passaria por outros vexames. Diriam, no mínimo, que é um golpista, interessado em dinheiro. Acompanhei como jornalista o início do namoro da cantora Angela Maria, aos 51 anos, com Daniel D’Angelo, de 18. As maledicências em torno dos dois eram absolutas. Notas maldosas circulavam pela imprensa. Diziam até que ele ia fugir com o dinheiro dela. Isso aconteceu há 33 anos, quando ainda não havia internet. Imaginem se fosse hoje! Estariam em todos os sites de fofocas, diariamente. Cheguei a ouvir de outros colegas de trabalho:

– O garoto está dando um golpe na coitada.

O tempo provou o contrário. Estão juntos desde então. Oficializaram a união em maio deste ano, depois de mais de três décadas de relacionamento, ela com 84, ele com 51. Também com idades diferentes, a apresentadora Marília Gabriela e o ator Reynaldo Gianecchini tiveram anos de vida em comum. Na época, uma prima minha comentou, venenosa:

– Mais cedo ou mais tarde ele separa.

Quando dizem que um rapaz está com a mulher mais velha só por interesse, é puro preconceito
  
Como se casais da mesma idade também não se separassem! Recentemente, quando Gianecchini adoeceu, Marília Gabriela ofereceu apoio e dedicação, provando que a relação foi significativa para ambos.

Quando alguém afirma que um rapaz mais novo está com a mulher mais velha por interesse material, está na verdade dizendo que ela não teria nenhuma qualidade pessoal para atraí-lo. É puro preconceito. Se um homem mais velho se relaciona com uma gatinha, é aplaudido. Dá a impressão de que, apesar da evolução de costumes, a mulher ainda é criada como Cinderela, para encontrar um príncipe. Ou melhor ainda, um rei, mesmo velhusco. O homem é elogiado pelos amigos:

– Descolou uma gata!

– Que sorte você tem!

A mulher madura que assume o relacionamento com um rapaz não é bem-vista. Os problemas começam dentro da família. Conheci uma senhora paulista, dona de um restaurante e divorciada, que se apaixonou pelo cozinheiro vindo de Manaus. Foi uma loucura. Os filhos, já adultos, ameaçaram sair de casa. Ela insistiu e casou, apesar da pressão não só dos filhos, como também de ex-marido, irmãs, mãe. Anos depois o cozinheiro morreu. Constatou-se que era ele o responsável pelo sucesso do restaurante, de especialidades amazônicas. A família foi à falência. Fechou. Hoje, mãe e filhos sobrevivem à custa da modesta pensão deixada pelo cozinheiro, tão vilipendiado na época do casamento.

Encontrei outra amiga, ex-modelo e muito rica, com seu jovem namorado. Ele não poderia ter melhor comportamento: no avião, acariciava suas mãos, porque ela tem medo de voar. Quando dei a notícia do namoro a uma amiga em comum, ela desdenhou:

– Só pode estar atrás do dinheiro dela.

E se a situação econômica for desequilibrada, qual o problema? Em todo casal, um ganha mais, outro menos. Hoje em dia, muitas mulheres têm carreiras de sucesso. Por que não podem, se apaixonadas, sustentar o marido mais jovem, que ainda está iniciando a vida profissional? Vou mais longe: mesmo que ele não trabalhe, qual o problema? Se um homem pode sustentar a jovem com quem se casou, porque a mulher de sucesso não tem o direito de fazer o mesmo? “Gosto da beleza das mulheres maduras”, disse o amigo que citei no início. “Também quero um relacionamento mais profundo, e a experiência de vida ajuda muito.”

É incrível como o preconceito se oculta nas dobras da vida social, pronto para atacar quando menos se espera. Vive dentro de cada um de nós, se incorpora a nosso modo de agir e pensar. Conheço muitas mulheres solitárias que evitaram relacionamentos por medo do que poderiam dizer. Da rejeição social. Ou até por desconfiar das intenções do rapaz:

– Ele só pode estar interessado em alguma coisa.

Não conseguem acreditar que ele pode estar interessado nela mesma, sem nenhum outro motivo.

A mulher já realizou muitas conquistas. É respeitada profissionalmente, já consegue exercer altos cargos numa empresa. Temos até a presidente Dilma. Mas a mulher ainda precisa conquistar o direito de amar quem quiser, quando e como bem entender. 


WALCYR CARRASCO
é jornalista, autor de livros, peças teatrais e novelas de televisão



{Vita}_ST
Feliz propriedade do Senhor da Torre

10 de jul. de 2014

Sobre erros, falhas e perdão



Falhar é diferente de errar .

Às vezes falhamos em algumas tarefas, porém, isso não deve nos impedir de concluí-las .

Costumamos cometer mais falhas que erros e até mesmo nos acertos podem haver pequenas falhas no percurso. Já os erros são mais impactantes por resultarem de sucessivas falhas e, por isso, a culpa pode nos paralisar .

Todos erramos, todos falhamos, há falhas até em nossa avaliação do que é falha ou erro. O que para nós é uma coisa, para o outro pode não ser.

Costumamos ter uma ideia negativa sobre erros. Isso porque, geralmente, eles vêm acompanhados de alguma punição, que pode partir do DONO, de nós mesmas ou de ambos .        
Mas errar sempre será uma característica humana... e por que não nossa também?




A pressão da avaliação, juntamente com o desejo de não decepcionar quem nos domina, acentuam os erros. O medo de errar pode ser tanto que faz com que questões simples se agigantem,  transformando-se em verdadeiros bichos de sete cabeças .

Mas é preciso entender que precisamos apenas fazer o melhor que pudermos, claro que com muita dedicação e responsabilidade e com o objetivo de acertar para que, quando o erro ocorra, possamos ter a certeza de termos tentado.

Aprendemos muitos com erros, nesse momento de frustração e desconforto a lição se fixa  na memória, pois, ao reconhecer e aceitar o erro, busca-se uma nova alternativa para superá-lo.

Se bem trabalhado, o erro deixará de ser apenas frustração, mas será a motivação para encontrar caminhos melhores.

Independente de ser erro ou falha, o importante é dar a devida atenção ao acontecido, nem mais, nem menos, apenas a atenção necessária. Supervalorizar a questão é cristalizar o momento do erro tornando-o difícil de se superar.



Perdoar, punir ou perdoar após punir?

Perdoar é dar uma outra oportunidade para que algo, que não foi bem executado, seja concluído de forma satisfatória.

Punir é um modo de mostrar o certo e o errado, de evitar que um erro se repita, de educar. Sendo assim, punir torna-se um ato de amor.



Nem sempre a punição tem caráter educativo, ela pode ser, também, um modo de impor uma ideia ou vontade. E, por vezes, ela está mais ligada ao ego e ao desejo de causar martírio, de que exatamente à ideia de correção em si.

Punir erros e falhas, sem observar as causas que levaram a isso, embora usual, é pouco eficiente. Agir na causa seria o ideal.

Decerto é que , em algum momento e de alguma forma, é preciso perdoar para que o todo não fique girando em torno de apenas uma questão .



Falhar é diferente de errar, porém, ambos deixam aquela dorzinha no fundo da alma. A culpa pode consumir e entristecer, e essas feridas doem ainda mais quando não sabemos nos perdoar.

Por isso, da mesma forma que relevamos, compreendemos ou perdoamos o próximo, devemos também nos perdoar pelas faltas e pelas falhas cometidas. Por vezes, precisamos tanto do nosso próprio perdão quanto do perdão do DONO.  Esse perdão é muito importante para que se possa voltar a caminhar com mais motivação.


luah negra

6 de jul. de 2014

Comunicado


Queridos amigos!

Com o texto "Eu quero o ato de servir completo" deixo o *escravas e submissas* nas mãos da minha amiga {Vita}_ST. 
Estou envolvida em diferentes atividades de trabalho, estudo e há a possibilidade de lecionar a partir de agosto (um sonho antigo), o que tornará meu tempo ainda mais restrito.
Então, a partir de hoje, aqui estarei como leitora e continuo escrevendo apenas no blog que mantenho em homenagem ao meu DONO.
Agradeço a todos que com tanto carinho deixam aqui suas palavras, nos estimulando a cada postagem, e peço que continuem a ler, comentar e a participar efetivamente.
Abraço carinhoso a todos!


Amar do SENHOR DIABLO

1 de jul. de 2014

Eu quero o ato de servir completo


É muito fácil dar o corpo a torturas. Receber castigos. Dar a carne para ser amarrada, queimada com pontas de cigarro, perfurada por dezenas de agulhas, cortada em tiras pelo couro de um chicote, pela lâmina de um punhal, ou por um caco de vidro. Torturas que levam Dono e escrava ao delírio. Enchem o Dominador de orgulho pelo próprio poder, a escrava de orgulho pelas marcas, ambos de grande tesão. Não, não é sobre isso que quero falar. Quero falar sobre sobre o ato de servir completo. 

Uma escrava não existe apenas para dar prazeres físicos. Ela precisa se sentir o descanso do Dono para as agruras da vida. Ela há de querer aliviar o peso de seus ombros. Precisa divertí-lo, faze-lo rir, fazer que Ele tenha esperança na vida, por mais árdua que a vida possa se apresentar.

É esta escrava que eu quero ser. Não somente a mulher vadia que provoca o gozo de todas as formas, mas a doce mulher que divide com o Dono toda sua dor e todo seu tormento. Aquela que o empurra pra frente quando a vida parece puxá-lo para trás. A que o descansa. O seu remanso. 

Quero, sim, ser esta mulher. É esta a servidão que me fascina. A de estar ajoelhada para aliviar os pés do meu DONO quando eles estiverem cansados de andar. Beijá-los em meio a uma sessão, não é nada... isto é apenas prazer físico. Mas, descalçá-lo e, com a língua, aliviá-lo totalmente, fazer com que ELE mergulhe em algo macio, feche os olhos e durma. Eu desejo este servir completo.

Claro que é maravilhoso ser uma puta, adoro ser a puta do meu DONO. É delicioso estimular sua perversão. Mas, isto qualquer mulher pode fazer, nem precisa ser uma escrava, ou submissa. Isto não me basta. 

E então me descubro. Descubro que tenho vontades. Que sou a puta que quer ser também o bálsamo. A depositária não só dos desejos, mas sobretudo das dores, dos anseios, das responsabilidades, das inseguranças, dos medos. 

Aquela que o beija com amor devasso, com amor submisso, com amor acolhedor. Eu quero o ato de servir completo.


Amar_SD

a escrava encantada

do SENHOR DIABLO