30 de mar. de 2014

BDSM - Um Estilo de Vida


Não estou aqui para escrever o que é BDSM, ou os dez mandamentos da escrava perfeita, ou mesmo o manual do Dominador moderno. Quer saber o que é BDSM, procure no google e tire suas próprias conclusões.
A questão que me levou a colocar esse título é: você que é, que pensa ser ou que pretende ser BDSMer está preparado para esse estilo de vida?
(Pausa para as respostas)
Estar preparado é muito importante, porque quando adentramos nesse mundo instigante, devemos ter em mente que isso aqui não é uma democracia. Se pensarmos em um regime, o BDSM é um regime de castas e cada um deve sentir a que casta pertence (dominadores, escravos, sádicos, masoquistas, etc) e agir de acordo com o que se espera de sua casta. Não haverá uma revolução onde os injustiçados assumirão o poder e poderão mudar o regime instituído. 
Outro fator importante é que, ao ingressar numa relação do acrônimo BDSM, não devemos ter a vontade de encaixar essa relação  nova ao que conhecemos das relações baunilhas, sejam relações de amizade ou de amor. É necessário se despir de todos os conceitos e aceitar o novo estilo sem se prender as convenções cotidianas e mesmo comportamentais.
E por falar em comportamento, é imprescindível uma reforma comportamental. Não é possível que as relações constituídas dentro do BDSM sejam regidas pelos mesmos preceitos morais e convencionais da sociedade civil instituída. Veja que não falo sobre preceitos morais e éticos individuais, mas sim os sociais.
E então, você está preparado para esvaziar sua mente e seu coração de tudo que aprendeu sobre as relações humanas? No caso das(os) submissas (os), você está preparado para abrir mão do seu prazer em função de um terceiro e ainda assim se sentir satisfeito? No caso dos(as) dominadores(as), os senhores estão preparados para ter a sanidade física e  emocional de uma pessoa em suas mãos? Você está preparado para assumir os erros e acertos de suas decisões? Você está preparado para a instabilidade e a mutabilidade das relações? E o mais importante, você está preparado para se despir das máscaras e encarar seus desejos secretos e nem sempre sãos ou usuais?
Se sua resposta for sim, siga em frente pois BDSM é uma experiência ilimitada em exploração da interação interpessoal onde você aprende e experimenta; é um estilo de viver inigualável onde toda pessoa é única e cada interação é diversa e especial ao seu modo.


Bia de MELBOR
escrava SP

28 de mar. de 2014

Submissão: Trabalho incansável




Às vezes algumas submissas ficam chateadas comigo porque bato forte por uma submissão sem exigências, sem compensações, sem expectativas. Bato forte porque se houver exigências, compensações e expectativas a submissa não se realizará, não será feliz. E, não sendo feliz, não será uma boa submissa. Uma vez, comentando no blog da querida menina Ternura, eu disse:

"Submissão não é um mar de rosas. 
Temos que entender e aceitar 
que nem sempre seremos lembradas e consideradas. 
Ser submissa é fazer tudo pelo prazer do Dono, 
tendo em mente e aceitando sem neuras
que algumas vezes 
Ele possa nos considerar desnecessárias”.


Não pretendo ser mais submissa do que ninguém, busco apenas ser coerente em todos os meus atos, sobretudo na minha entrega. Não me satisfaço quando percebo uma diferença entre aquilo que digo e aquilo que faço, preciso viver o que digo e quando isto não acontece não me sinto bem e não me perdôo.

Já me chamaram de "sub xiita"... rs... Gostei, não nego. Tomei como elogio. E, quando as coisas não estão bem na relação com o Dono, porque nunca será um mar de rosas pra nenhuma de nós, nestes momentos eu digo a mim mesma: 


"Está na hora de trabalhar
para ser uma submissa xiita, Amar".


Sou sim uma sub xiita. Eu me dedico. Trabalho sempre para ser melhor, muito embora tenha em mente que estou a léguas de ser uma escrava exemplar.

Às submissas que ficam chateadas com a minha "dureza" peço que tentem me ver como uma incentivadora, não como arrogante. Não tenho a pretensão de censurar ninguém. O que sinto é um carinho imenso e lindo por todas, acreditem. Peço que se dediquem e trabalhem cada vez mais no sentido de aprimorar sua entrega. Não só porque é o certo, mas também porque se sentirão mais felizes e realizadas em sua submissão.

Amar Yasmine
a escrava encantada do
SENHOR DIABLO

Julho de 2011

27 de mar. de 2014

Ciúmes da submissa


Tenho até medo de escrever sobre algo de tal teor, mas vou me arriscar e vou tentar. Por ser um assunto espinhoso, muitas preferem não tocar no assunto.
Mas vou falar das minhas impressões. Não vou abordar sobre questões conflituosas, como por exemplo, de irmãs de coleira; nem tampouco criar situações fictícias, com nomes trocados, para explicar o assunto. Não. Vou falar de mim. Talvez daí, podemos tirar uma idéia, discordar ou simpatizar.

Sempre fui uma mulher desapegada. Nos meus relacionamentos baunilhas, nunca fui de ficar "no pé" de meus parceiros. Vivia e deixava viver. Pensava que se ele estava comigo, era por sua vontade e o que fazia quando estava longe de mim, não dizia respeito a mim. Ou seja, sempre respeitei a individualidade do meu parceiro, procurando não despertar no meu íntimo, sentimentos de posse e egoísmo. Mas, todos nós sabemos que existem pessoas que amam incitar inseguranças várias, para ver seu parceiro sofrer e por consequência, tornar-se um ciumento em potencial. Tudo é relativo. Vai depender bastante e também, do grau de maturidade de seu parceiro.


Estou falando de relações baunilhas. Mas haverá uma diferença no BDSM? Olha, eu acho que NÃO! Depois de 5 anos, lendo e observando, percebo que NÃO! No BDSM, camuflamos sentimentos e a hipocrisia é muito, mas muiiiito mais acentuada. Vemos juras de amor entre as pessoas e um pé de guerra, estilo as grandes guerras mundiais, nos bastidores. É tanta hipocrisia, mas tanta, que me dá nojo. Por isso tenho permissão para escrever (de tanto pedir ao meu Senhor, rsrs).


Quem vem pra esse mundo, acreditando que estará livre de mentiras...meu caro(a), tire essa idéia da mente, pois não estará. Ah tá. O que você vai vivenciar, são apenas seus fetiches, fantasias, taras e sentimentos mais obscuros. Vai colocar pra fora isso. Mas não quer dizer que as máscaras baunilhas ficarão pra fora da sala/mundo BDSM que tanto quis conhecer.

Isso lhe acompanha, vai se esvaindo aos poucos. Ou não. Podem permanecer. Não há garantia de nada.

Eu, uma mulher desligada de sensações de posse, senti ciúmes e ainda sinto de meu Senhor!!! Sou humana, sou real, sou um ser. E jamais farei o papel de escrava perfeitinha, que chama a todas de amada, florzinha e miguxa. Não, não sou assim. Sou humana e não mascaro sensações. Sou sentimento e se sou sentimento, admito que já tive ciúmes SIM!


Já senti ciúmes em diversas situações, pois é algo que vem e não há como controlar. Na net, quando percebo as investidas das meninas (hoje já não ligo mais, rsrsrs), nas conversas de submissas que O procuram pra negociar, e em algumas sessões avulsas que vivenciei na cia de outra submissa. Sim, já interagi com meninas, Dono mandou, obedeço e sinto prazer, mas acredito que não sou bissexual e sim uma mulher safadinha, hehehehe. Safadinha e meio xaropinha, hehehehehe. Mas vamos deixar minhas safadagens pra lá, por hora.


Nessas diversas situações, o ciúme tem uma graduação. Em casos de negociação e conversas pela web, sinto um certo incômodo, mas logo esqueço, vamos dizer que sinto um "ciuminho". Nas sessões com outras que vivi, as sensações foram beeeemmm diferentes, em cada uma das situações.


Sou muito sensível e percebo a deslealdade nas pessoas. Percebo se existe carinho, empatia, curiosidade, maldade e comportamentos fabricados. Nessas referidas sessões, duas das garotas não estavam preocupadas em ter prazer e dar prazer, mas sim, em me ver triste, me por pra baixo e criar conflitos entre Dono e eu. Tenho imensa sorte de ter um Dono que percebe isso também. Dono sempre percebeu quando querem me afetar e não permite que tal ato prossiga, Ele corta na hora, não deixando que a "coisa" tome proporções que saia de seu controle. Percebem o eu quis dizer? Muito da ciumeira de uma submissa e os possíveis conflitos, podem ser atenuados, dependendo da postura do Dominador e porque não dizer? Do discernimento Dele e de sua posse. Quando mais madura emocionalmente for a escrava, menos ciúmes ela terá. 


Mas convenhamos - me permitam o comentário negativo - , hoje visualizamos fetichistas que ainda não se reconheceram em suas nomenclaturas. Um dia são submissas, no outro escravas, no outro babys, no outro mês, masoquistas, no ano que vem curiosas. Se nem se reconhecem em si, como irão vivenciar uma relação de D/s???

...
Voltando ao pensamento, isso só acontece, porque admito meu ciúme a Ele, quando aparece. Não engulo sensações. Sou escrava, mas antes de tudo, uma mulher que carrega ranços baunilhas. Meu Senhor me fez compreender que tal coisa existe e não há porque esconder, mas que isso não pode afetar o prazer que nos propusemos a ter. Sou posse Dele e sinto ciúmes, mas não posso por isso privá-LO de seus prazeres. Isso vai contra o que eu sou e procuro ser - escrava submissa.

Taí o xis da questão. Ahhhh perséfone, então eu vou ter que morrer de ciúmes? Sofrer calada?

Hum, eu não disse isso. Apenas escrevi que ciúme é algo sem controle, visto que vem da natureza humana, uma vez que surge não há como disfarçar, e sim fazê-lo deixar de crescer. Se sou posse, é incompatível com minha posição, se dirigir ao Dono cobrando Dele uma situação de igualdade, algo do tipo: ou ela ou eu! Ou isso ou aquilo!!! Ainda mais se entramos na relação sabendo que o Dominador é poliamoroso ou que gosta de ter várias escravas.

Existe atualmente uma confusão generalizada no BDSM. Meninas que procuram um Dono só pra elas e não desejam de forma alguma, superar os limites e sair de sua zona de conforto. Se é ciumenta de doer, vai fazer uma terapia, procure saber os motivos de seu ciúme e insegurança, procure ajuda, não tenha vergonha! Agora, procurar um Dono e cobrar isso Dele, hã??? Hello, se não gosta de irmãs, fique no seu mundo baunilha. Se não quer vivenciar isso, saia da relação, entregue a coleira. Procure um Dominador monogâmico (o que acho bem difícil, rsrs). Ou supere, siga adiante e supere.


Meu nível de ciumeira vem e vai, depois que converso e muito com Dono. Eu exponho minhas sensações e Ele procura direcioná-las. Às vezes dá certo de imediato, outras vezes demora mais um tempo. Mas eu sempre admito o que sinto e não mascaro. Talvez isso ajude, no meu caso, ajuda e muito.

Se não suporta conviver com a irmã, peça ao Dono, pra que não tenha contato. É tenha autodisciplina, sei que é difícil, mas procure ter. Procure outros interesses, procure ser útil pra sociedade. Trabalhe, estude, pesquise! Faça exercícios, cursos, cuide da sua beleza! Cuide de você...

Trabalhe seu carisma, simpatia. Aproxime as pessoas de ti. Tenha amigos e não se tranque para o mundo jamais! Saia, viaje, se divirta! Pois ciúmes só encontra espaço naquelas que não acreditam em si mesmas. Somos únicas e especiais. E se seu Dono ainda a quer, é porque o encantamento ainda existe em você. Pense nisso e siga.


persefone core_DC
submissa, São Paulo SP

23 de mar. de 2014

Lentamente... nos vamos saboreando !!



Foto do arquivo pessoal de Umbra_

Como este corpo que outrora, eu chamava-o de meu, apenas meu hoje...

Ele se curva, se molda, se entrega pleno a Si.

A cada dia que passa, 

N/nossa relação se fortalece mais.

Lentamente como que... 

A cada um de N/nós nos fosse concebido o prazer 


de a saborear com todos os 

seus deliciosos paladares e sabores.

Sabores de tesão,

Sabores de desvendares de desejos, fantasias, vontades minhas...

Minhas e Suas.de A/ambos.

O sabor da minha submissão a Si,

É dos melhores néctares que lhe ofereço.

O sabor da Sua Dominação sobre mim,

É dos melhores néctares que algum dia me foi permitido saborear.

Agradeço por todos os prazeres que me tem preposicionado,

Pelos que tenho descoberto,

E pelos que ainda virão.

Pois sei que serão ainda muitos os que estão na Sua mente,


Deliciosamente sádica


Umbra_
submissa, Portugal

20 de mar. de 2014

Sub-Missão



Nas redes sociais frequentadas pelos praticantes de BDSM muito se discute sobre os deveres do Dono. 
Ele tem o dever de cuidar, lapidar, adestrar, valorizar, assistir, ajudar a transpor limites, orientar, compreender, ouvir, proteger, ensinar e nunca, jamais errar. Deve ser sempre o ser supremo que guia a submissa rumo aos caminhos da felicidade plena. 



E os deveres da submissa, sua missão? 

É comum lermos nos perfis recém criados a frase "Quero um Dono que cuide de mim, que me respeite, que me oriente, que valorize minha submissão, que me trate como sua joia mais preciosa, que não ultrapasse meus limites, que seja leal, que nunca minta, que tenha caráter, que seja sábio, forte, coerente..." se nossos olhos procurarem mais adiante o que aquela submissa está disposta a oferecer, raramente encontraremos. 
A busca da submissa pela dominação de alguém deve estar focada em sua própria vontade de servir. No que ela tem de melhor e está disposta a oferecer em primeiro lugar. 
É essa vontade que a move, que a leva a estar aos pés de alguém. 
Fazer uma lista interminável do que espera de um provável Dono - que geralmente deve ser perfeito aos olhos dela - não é muito produtivo nem para a busca nem para suprir os próprios anseios. E é caminho certo para a decepção. 


Dominadores não são perfeitos. Têm defeitos e erram como quaisquer seres humanos. É preciso uma dose extra de boa vontade e de real desejo de servir para dobrar os joelhos diante do imperfeito, afinal, servir à perfeição não constitui mérito ou virtude. 
E por isso devemos aceitar qualquer um e qualquer coisa? Não, mas devemos ter em mente que aquele ser que escolhemos servir vai errar em algum momento, vai ser injusto, vai perder a mão porque Ele não tem todas as respostas, não é o detentor de todo o saber e também vai fraquejar. 
E, nessa hora, é preciso contar com a super-sub-missão, com a capacidade de enfrentar o desafio de aceitar a porção humana do outro, confiar que Ele saberá dar a volta por cima e se possível, ajudá-lo nisso sem sair do lugar a seus pés. 
Este sim é um grande limite a ser transposto, a superação diante das imperfeições do Dono, aceitar que Ele é um ser humano e tem deveres mas tem também o direito de errar, como qualquer um(a) de nós.

{Λїtą}_ŞT
escrava, Rio de Janeiro RJ


16 de mar. de 2014

Servir: O Sacro Ofício



Um dia, pensei: 

Servir é se deixar sacrificar

Sacrifício

Sacro Ofício 

Sagrado Trabalho

Sagrada Missão de servir

De mostrarmos à nós mesmas o que somos e, ao Dono, o quanto somos capazes de renunciar, por Ele, aos nossos desejos, às nossas urgências, aos nossos limites.



Sacro Ofício de sermos humildes, de nos despirmos de toda e qualquer vaidade, de enfrentar o medo, a mágoa, a dor. Sacro Ofício de ofertar nossa carne como um cordeiro para ser imolado aquele que é nossa Divindade Suprema. Sacro Ofício de nos despojarmos de nosso sangue para que o Dono possa degustá-lo gota a gota em taça de cristal.


Sacro Ofício
significado da espera 

O Sacrifício maior
Não apenas meu, 
mas de toda escrava. 

Espera
a maior de todas as torturas. 
Aquela que nos tira o chão 
e qualquer apoio. 

Então, 
concluí meu pensamento:


Amar Yasmine
a escrava encantada do
SENHOR DIABLO
Novembro de 2011