30 de out. de 2014

UM DOMINADOR SUGERE

A importância da comunicação nos relacionamentos D/s



"A comunicação humana é um processo que envolve a troca de informações, e utiliza os sistemas simbólicos como suporte para este fim. Estão envolvidos neste processo uma infinidade de maneiras de se comunicar: duas pessoas tendo uma conversa face a face, ou através de gestos com as mãos, mensagens enviadas utilizando a internet, a fala, a escrita que permitem interagir com as outras pessoas e efetuar algum tipo de troca informacional" (Wikipédia)

É importante encontrar, entender e praticar as diferentes maneiras de se comunicar, tendo em mente que uma relação com outra pessoa deve ser baseada na honestidade, na confiança e na comunicação. A comunicação não pode existir sem a honestidade e a confiança. A honestidade e a confiança não podem existir sem a comunicação. Se nenhuma dessas qualidades existe em um relacionamento e, especialmente, em um relacionamento D/s, então realmente não existe um relacionamento.

O primeiro fator a ser abordado é a construção de um relacionamento. Para algumas pessoas, a comunicação é uma questão muito difícil. Para essas pessoas é preciso tempo e os(as) parceiros(as) certos(as) para que se possa criar confiança e uma sensação de segurança. Isto pode ser feito lentamente, ao longo de um período de meses ou até mesmo anos. É um processo lento. Ambas as partes envolvidas precisam entender isso e serem pacientes. A pessoa que está tentando se comunicar abertamente deve estar disposta a arriscar parte de si mesma e estar aberta para a dor que pode ocorrer, protegendo-se o melhor que pode ao longo do caminho.

Relacionamentos não são construídos em um dia, uma semana ou um mês. Esse tempo serve para a construção dos alicerces de um relacionamento bem sucedido. Sempre ser o mais honesto possível. A honestidade nunca deve ser um problema. Dizer a verdade é realmente a melhor política, mesmo se algo é muito doloroso para ser dito. É sendo honesto que a confiança é adquirida por ambos, o respeito obtido em seguida e a relação pode continuar a avançar. Tanto a confiança como o respeito levam a uma comunicação mais aberta.

Em um relacionamento D/s a comunicação se torna ainda mais importante e delicada. Quando se conhece uma submissa, a sensação de que ela possa vir a ser sua peça, faz com que a honestidade e a confiança seja construída e formada para ambos com objetivos diferentes. Lembrando da premissa básica de que a meta é ser honesto e comunicativo, uma submissa deve informar os seus sentimentos e  limites, principalmente em uma sessão.

O Dominador é uma pessoa como qualquer outra, ele tem sentimentos que são tão sensíveis e reais como os da submissa e é importante manter isso em mente.  O Dominador deve ser receptivo, compreensivo e paciente, pois tal postura estabelecerá e manterá  uma comunicação entre ele e a submissa de tal forma que a relação tenha sucesso. Não é um caminho fácil, mas vale a pena.

A comunicação entre o Dominador e submissa é crucial para que o relacionamento D/s tenha sucesso. O Dominador deve estar disposto a falar sobre seus desejos e sentimentos e a submissa deve constantemente, diariamente, minuciosamente estar ciente da necessidade de ser o mais aberta possível com o seu Dono. É importante para o Dominador lembrar que esta não é uma tarefa fácil para a submissa. Ele deve ter o foco, a vontade e o esforço consciente. Por assim dizer, cabe ao Dominador o apoio e o reconhecimento para ajudar a manter a disposição da submissa para tentar colocar-se na linha.

Ao conversar com sua submissa o Dominador deve olhar em seus olhos. Esta forma simples de comunicação é muito importante nesta época de bate-papo no Facebook, Whatsapp e e-mail, pois muito se pode expressar através do tom de voz e da expressão facial. Gestos e a linguagem corporal são importantes, pois isso vai ajudar a confirmar uma tentativa de ser aberto e honesto. Também ajuda expressar a sinceridade de suas palavras. O respeito deve estar presente.



LuciusGhostwish
Dominador, SP

*Texto publicado no blog de Sir Lucius Ghostwish e gentilmente cedido pelo autor para publicação neste blog.

22 de out. de 2014

Conversa entre submissas III

Você é mesmo submissa?


Foto do arquivo pessoal de {Vita}_ST


_Amar, pq vc, com tanta experiência e tantos anos de BDSM, não participa dos debates e discussões sobre o assunto nos sites? Com certeza daria ótimas contribuições...

_Ah, amada, as vezes tenho muita vontade de participar, mas é que a grande maioria das discussões acaba perdendo o foco e se transformando em briga por poder. Isto acontece naturalmente, penso que é do ser humano querer acertar a qualquer custo, não admitir que se é bom ensinar, aprender é melhor ainda. Não estou me eximindo deste erro, por isso mesmo prefiro só ler.

_Eu digo e repito que vc deveria participar. A submissão vem sendo muito desvalorizada, desvirtuada. Hoje em dia qualquer pessoa se intitula submissa sem ter ao menos uma leve ideia do que isso significa. E não contentes, costumam ridicularizar aquelas que se dedicam a isso, como se não tivessem amor próprio, como se fossem pessoas desprovidas de inteligência, servindo apenas por não terem autoestima ou opção.

_E o que é uma submissa, Vita? O que somos?

_ Por vezes somos apenas acessórios. Por nossa escolha. Por termos genuíno prazer em servir.

_Sim. Na maior parte do tempo guardadas, algumas vezes lembradas, usadas, guardadas novamente... frequentemente esquecidas num canto qualquer.

_Segundo este raciocínio, Amar, quem poderá dizer que é realmente submissa? 

_Penso que são raras, miVitAmada... Quer ver? Vou fazer umas perguntas baseadas no significado do termo e na etimologia da palavra "submissão". Penso que muito poucas mesmo poderão responder afirmativamente a estas perguntas:

Aceita não saber quando seu Dono vai te escrever, se vai responder aquele email que vc enviou faz tempo, quando vai aparecer para uma conversa no skype, quando vai te telefonar? 

Aceita, sem reclamar, não ter permissão prévia para telefonar para o seu Senhor ou lhe enviar um SMS?

Aceita que seu Dono converse, ou negocie, com outras submissas sem que vc tenha conhecimento do fato e que ele tenha quantas escravas desejar?

_Eu perguntaria também quem aceita que o Dono tenha as senhas de seus emails, perfis e que interaja neles conforme a vontade dele.

Também, quem aceita que o Dono corte pessoas da sua lista  de contatos sem nenhuma explicação.

E quem aceita que o Dono interfira em sua vida pessoal, determinando cada passo do seu dia?

_Vita, eu perguntaria quem aceita que o Dono a usasse quando ele quisesse e não quando ela desejasse, que as práticas fossem sempre da escolha dele, que não existissem limites para essas práticas e que aquela seção com velas que a atrai tanto sequer fosse lembrada.

Quem aceita que ele trate outras submissas de forma e intensidade diferente, pois cada mulher é única e só o Dono sabe o que cada submissa merece e precisa. 

Quem aceita as situações acima com leveza, consciente que seu papel subserviente em nada afeta seu amor próprio e que, ao sentir ciúmes, sinta ao mesmo tempo muito prazer pq afinal é uma masoquista e não uma mártir.

Por fim, quem aceita estas regras sem neuras, ou espera que sua relação seja nos moldes de uma relação baunilha e que a D/s fique restrita apenas aos momentos de seção.

Se alguma responder afirmativamente...

_Peraí, Amar... explica isso dos ciúmes melhor... juro que não entendi.

_Até parece que vc não me conhece, Vita, então não sabe a masoquista de carteirinha que sou?

_Até sei, Amar, mas será que é o que estou pensando? Você se excita com os ciúmes que sente do seu Dono??? É isto????

_Hum Rum!!! Quando meu DONO comenta suas peripécias amorosas e sexuais com outras mulheres é como se um punhal fosse cravado fundo no meu peito, amada... quase morro das dores dos ciúmes... só que, enquanto o punhal fica lá sendo retorcido dentro de mim, ao mesmo tempo e na mesma intensidade, sinto um tesão miserável... meu peito sangra e, ao mesmo tempo, minha calcinha molha de tesão em igual proporção... Entendeu?

_Só entendi que posso viver um século e mesmo assim não verei tudo... afffeeee.... o.O

_Voltando às perguntas, Vita... A quem as responder sincera e afirmativamente eu direi: "Você é realmente uma submissa." 
As que não responderem eu direi que podem ser empresárias de sucesso, intelectuais, pesquisadoras, cientistas, lindas modelos, manequins, mulheres muito sedutoras, cantoras, atrizes, celebridades... enfim, se não podem ser felizes com uma submissão no nível acima, se não encontram prazer em por vezes serem apenas acessórios, eu sinto muito... Elas podem ser qualquer coisa, amada, mas devem desistir de se intitular submissas pois será, no mínimo, uma injustiça com as que são.

_Mesmo assim, penso que você deveria participar...

_Ah, minha amiga Vita, deixo pra elas as discussões... enquanto elas discutem, eu sirvo... ok?


Foto do arquivo pessoal de Amar_SD




14 de out. de 2014

Caminhando sozinha


E agora, o que faço com essa tal de liberdade?
Como pode uma submissa sobreviver sem o prazer de servir? 
Como ser feliz em liberdade?
Eu realmente não sei. 
Não sei como viver sem regras, sem ordens, ou disciplina.
Sinto tanta falta de pensar em alguém que tenha nas mãos a guia da minha coleira, de ter alguém pra agradar e seduzir.
É triste acordar e não ter um Dono pra desejar bom dia. Passar o dia sem tarefas pra cumprir, sem ter alguém a quem servir.
Como posso ter prazer em viver sem ouvir a voz dura ou macia do Dono, me mandando fazer isso ou aquilo, me excitando, me humilhando de todas as formas que o fazem bem... Dando-me idéias de situações que poderemos vivenciar... Deixando-me criativa, me deixando ir além do que eu jamais imaginei poder ir... Como posso viver sem dar prazer, sem satisfazer os desejos de quem pertenço?
Outro dia, uma amiga me chamou pra sair e eu demorei pra responder. Pensei: 
“Preciso pedir permissão antes de aceitar” e logo conclui: “Mas, pedir permissão pra quem? Não tenho Dono.”
Aceitei o convite, mas achei estranho poder sair sem pedir permissão a alguém e dar-lhe as devidas satisfações do que iria fazer, com quem e a que horas.
Estar livre é difícil demais pra quem um dia experimentou ser cativa. E agora? O que faço com essa tal de liberdade?
E na hora do tesão? Cadê os e-mails do Dono com vídeos que me molhavam inteira? Como irei gozar sem seus estímulos?
Isto não foi um lamento... É mais uma reflexão. O que passou, passou. Está resolvido.
Apenas me dei conta que viver a submissão me faz muita falta... Sigo, enfim, buscando vive-la novamente. Pode ser que demore, pode ser que não. 
Não importa o tempo... O que vale é que tudo é aprendizado e é caminhando que se faz o caminho. 



Úlima Ayumi
submissa, SP



5 de out. de 2014

UM DOMINADOR DECLARA


Os dons de um Dom


Eu já escrevi aqui, em um texto anterior, que encontrar uma sub é uma aventura complexa, em que se encerram uma série de situações nas quais, quem conduz, deve ter paciência, calma, frieza e muita orelha ... rs.
Hoje, queria falar um pouco da fase anterior a essa: a aproximação e a conquista.
Já ouvi muitas reclamações de que sou inflexível, radical e que acabo "espantando as subs"; muitas delas, segundo elas mesmas dizem, com enorme potencial ... e acredito. Hoje, muitas estão felizes com seus donos e algumas ainda são minhas amigas.
O que acontece é que eu creio que, na fase de conversa prévia, eu não devo mentir pra ninguém: não preciso disto para conseguir sexo; nem mesmo afeto ou atenção.
Sou um dominador sádico há anos e já realizei quase todos os meus desejos nisso aqui ... mas sempre estamos abertos a novas e potenciais clientes. E eu adoro conversar!
O que acontece, quase sempre, é que as subs se aproximam se esquecendo de ler a lista de fetiches ... ou acreditam que, por serem bonitas e encantadoras, vão "dobrar" o dom. Bem, esse aqui é um negócio simples. E eu sempre deixo claro que não busco ninguém ... espero alguém. E não conquisto ninguém ... sou conquistado. Pela obediência, pela entrega, inteligência, etc.
Acaba sendo curioso que, ao não conseguirem me moldar ao desejo delas, no final, ainda queiram me ensinar a conduzir as coisas .,,, rs.
Eu prefiro sempre ser claro e, quando tenho uma pequena abertura, dou mostras do que posso fazer ... e tenho segurança no que sei e posso realizar. Também tenho confiança na minha avaliação psicológica da sub: sempre, em pouco tempo, eu a surpreendo conhecendo seu íntimo. Bom ... estou apenas fazendo meu trabalho.
Esse empenho tem sua contrapartida ... é uma troca, afinal.
O que vejo é que, às vezes, as mulheres que desejam se submeter não tem muita noção da realidade em que estão se metendo. Se assustam com pequenas coisas, até ... e o medo faz parte disso, do BDSM. E eu sou sádico ... rs ... adoro ver alguém apavorada ... hehehe.
Mas é estranho que alguém se aproxime de um cara como eu, querendo que eu a domine "como ela quer". Eu sempre entendi isso como um jogo de adultos em que, quem dá as regras sou eu.
E, se me procuram, deve ser pelo que eu sou. Pelo que eu faço. Pelo que eu vou fazer ...
O grande poder do dom está em pegar uma mulher e transformá-la para ele. Eu tenho isso. Quem quiser, pode provar. Mas não tente me conduzir ... rs. Esse trem tem apenas um condutor. Quem quer uma relação horizontal, ainda que nas aparências, não deve se aproximar ... sou hard. HARD, HARD, HARD. E sei esperar ...
Até que alguém interessada no que eu tenho a oferecer, bata à porta do canil. Ser submissa é se submeter, não o contrário. E, sinceramente, ninguém tem a obrigação de me servir. Não gostou, procure outro! rs. E eu também não tenho nenhuma obrigação de possuir, então, por que eu mudaria? rs.
Algumas amigas se preocupam porque estou sem sub ... faz parte. Acontece ... rs. Mas eu prefiro assim, por ter certeza de que, quando acontecer, vai ser como EU quero. Non ducor, DUCO.
Bom café.



GtT
Dominador, SP

Texto publicado no Fetlife e gentilmente cedido pelo autor, Sr GtT, para publicação neste blog.