16 de dez. de 2015

Para encerrar o ano...

Fim de ano, festas se aproximando, é hora de encerrar o expediente.
Tentamos, durante o ano de 2015 passar o que pudemos de melhor sobre o tema em textos, informações, trocas proveitosas porque esse é nosso objetivo: informar a respeito para que a essência do BDSM não se perca.

Esperamos ter ajudado. Nossos números, algumas centenas de milhares de visualizações, comprovam que nosso objetivo tem sido atingido.
Nós, do escravas & submissas, estamos felizes por isso e desejamos a V/vocês, nossos leitores, um Natal de muita luz, paz e amor.

E para 2016, a esperança de muitos encontros, muitos pares - ou trios, quartetos, o que for - se formando e vivenciando muitos prazeres; muitas amizades e parcerias nascendo, muito BDSM na vida de todos N/nós!
Não poderíamos terminar o ano sem deixar um presente para nossos leitores: um conto de Natal... BDSM!

Agradecemos sua presença durante o ano de 2015 e esperamos V/vocês em 2016, de braços abertos.

Boas Festas a T/todos!

Carinhosamente,

*escravas & submissas*

O Presente


Ele não levou flores...não levou bombons , nem um bichinho de pelúcia...
Um garrafa de vinho e taças para beberem juntos ? Um presente embrulhado com um grande laço de fita ? Um cartão de boas festas , com uma bela mensagem dele ? Também , não .
Do que se espera ter num encontro comum , ele nada levou...
Para um de seus encontros incomuns , objetos , ideias e desejos nada comuns .
Ele levou velas... Mas esse ainda não era o presente .


E não era para iluminar , para aromatizar ou decorar o ambiente... não era para deixar o encontro romântico . Não .
Eles sabiam o exato propósito delas .
Ele levou velas , vendas , mordaça...Mais que isso , ele levou o melhor de si , foi acompanhado da ideia de torturá-la como nunca .
Velas para fazer arder a pele daquela que o aguardava...vendas para causar expectativa...mordaça para que não houvessem gritos ou pedidos de clemência .
Ela sabia o que a aguardava e , também , levava algo para ele ; o desejo de ser levada ao limite .

O primeiro objeto saiu da bolsa ; a coleira de sessão . E foi da bolsa , diretamente , para o pescoço dela.
Em seguida , saiu o rolo de silver tape . Braços postos para trás e atados com a fita .
E mais um pedaço de fita foi cortado , esse era para selar-lhe a boca .
A partir dali , ela não diria nem mais uma palavra...elas seriam apenas ouvidas e respondidas com sinais de sim e não , feitos com a cabeça .
A fita a calou e imobilizou . Seus olhos , no entanto , ainda podiam acompanhar a movimentação...Não por muito tempo .
Logo , nem isso lhe restou . Sua última visão fora das vendas na mão dele .
E tudo fez-se breu...silêncios...expectativas...desejos .


Ela não precisava falar...
Ele sabia exatamente do misto de sensações que a envolvia...Todo aquele clima se traduzia em umidade .
Por maior que fosse a tensão de estar ali , a mercê dele , sem saber o que viria a seguir , a umidade entre as pernas não lhe permitia negar o quanto estava excitada .
Ele não se furtava de inspecioná-la... tocava-a com uma ausência de gentileza , que não apenas revelava sua excitação , mas ainda a intensificava .

Ela não precisa ver...
Sabia exatamente o quanto Ele saboreava aquela situação .
O calor do momento fazia-se antes mesmo da vela ser acesa e não acontecia apenas para ela...
Acendê-las já fez seus olhos brilharem...eles brilhavam , mesmo não vendo , ela podia perceber tal efeito .
Eles brilhavam...não pelo efeito da chama que se encontrava em sua mão . Não .
O prazer de vê-la ali , na tensão da espera , na excitação , na restrição , produzia um brilho muito peculiar aos olhos dele...
Eles brilhavam  , ela tinha certeza disso .
Mais que brilhar , eles se tornavam misteriosos , impenetráveis , quase assustadores...
Quando podia vê-los , era assim que ela os interpretava .


Junto a esses pensamentos , recaíram-lhe os primeiros pingos...Um após o outro , a pele ia sendo testada , reações sendo analisadas , entranhas sendo inspecionadas .
A cada toque , uma nova sensação surgia ... de agradável e excitante , para o ardente , o suportável , o torturante...
A pele estava sendo levada ao limite...a distância entre a vela e a pela era mínima possível...estava  insuportável .

Seu corpo encontrava-se indefeso...e em agonia .
Cada pingo era um tormento para ela e um delírio para Ele .
Dor ? Prazer ? Dor e prazer ? Ela sequer sabia o que sentia , o que expressava ou o que queria .
Sua única certeza era que ele se deliciava com a sua agonia...essa certeza ajudava suportar a experiência...
Estar nas mãos Dele lhe dava forças para suportar até o insuportável .
Ao fim , a recompensa ; ver a satisfação em seu olhar , falar , tocar...senti-lo .
Ver o prazer que dele transbordava e ter o merecimento de lambuzar-se Nele .


E ela recebeu o seu presente ; a satisfação de dar prazer... o prazer de ter prazer com Ele .
Deu-se a comunhão da lascívia .


luah negra_DOM JH

6 de dez. de 2015

Conversando sobre a espera



Devido ao crescente número de meninas que me procuram com dúvidas sobre a espera, resolvi falar um pouco do que penso sobre o assunto e assim, esclarecer de uma vez esse ponto. Não que tenha autoridade para citar normas ou regras mas pela experiência que adquiri nesses anos vivendo o BDSM, observando e ouvindo histórias, tenho opinião formada sobre o assunto. É do que vou tratar aqui, esperando ajudar algumas pessoas e lembrando que é apenas a minha opinião.
Sabemos que a espera é um dos mais difíceis itens da submissão, um verdadeiro teste de paciência, resignação, confiança, segurança, equilíbrio...
Para abordar o assunto, baseio-me em uma das últimas mensagens que recebi sobre o tema, com a devida autorização da interessada, cujo nome será suprimido por questões éticas.

-------- 27F
Sao Paulo, Brazil
written 14 days ago:
Olá vita !
Sou uma iniciante e por saber da sua experiencia vim pedir uma ajuda se não for encômodo , se não quizer me responder vou entender mas gostaria de saber quanto tempo devo esperar por meu DONO ? Nos conhecemos 4 meses atrás e negociamos falando todo dia até o primeiro encontro em outubro .
Depois do encontro ELE teve um problema grave de família e me pediu que esperasse mas agora quase 2 meses depois eu não sei se devo continuar esperando pq estou perdendo as forças e choro todos os dias sem saber o que aconteceu com ELE .

A mensagem continua dando outros detalhes mas essa parte é suficiente.
Quem me conhece sabe que tenho opiniões bem radicais sobre a submissão. Deve haver compromisso, humildade, obediência e foco. Exigências e mimimis estão fora do pacote.

Contudo, ao mesmo tempo que espero ver comprometimento em uma submissa, espero o mesmo em relação aos Donos. Inegável que eles tenham mais direitos, ou todos os direitos, mas têm também seus deveres. E é dever do Dono cuidar do que possui. Como cuidar é decisão dele mas é preciso que fique claro que quem se intitula Dono, deve cuidar.

Há pouco tempo escrevi em meu próprio blog um texto que compara plantas a escravas e onde disse que, apesar das plantas nada pedirem, elas murcham se não as regarmos.
Assim é a submissão. Se não for alimentada ela também murchará, se consumirá.

Diante de tudo isso, quanto tempo deve durar uma espera? Não sei.
Existe um tempo estipulado para uma espera? Acredito que não.
O que existem são motivos.
Que motivo você tem para esperar? Vale a pena?
Se vale, é um ponto importante a considerar... mas não fica por aí.
Sabemos que na espera a submissa deve se manter serena, equilibrada, confiante, fiel.
No entanto, quem espera, espera por alguma coisa.
Outra questão importante é: pelo que você espera? Por quanto tempo? Qual o motivo?
Alguns diriam que o Dono não tem obrigação de dar explicações sobre suas ausências.
Eu digo: tem sim!


Para manter a submissa esperando serena, confiante e fiel, é necessário dar suporte para que ela sinta-se assim.
E ninguém consegue manter-se segura e equilibrada sem saber o que espera, por quanto tempo e o que motivou a espera. Sem isso o que existe não é espera; é abandono.

Não estou afirmando aqui que um Dono deva dar minuciosas satisfações de sua vida pessoal, mas deve dar algo em que se possa confiar, se apegar no momento da ausência. Agindo assim ele estará também demonstrando confiança em sua submissa.
A confiança é uma via de mão dupla e se houve uma entrega é porque houve confiança suficiente de uma das partes... por que não pela outra?

Outro ponto importante para uma espera serena é o contato. Com toda a tecnologia a favor da comunicação entre as pessoas não há razão, a não ser em caso de morte ou doença gravíssima, para não manter contato, não dar uma notícia e uma palavra ou outra que tranquilize a submissa e a fortaleça na ausência.
Sabemos que a vontade do Dono é soberana e ele decide sobre cada um dos itens falados aqui: contato, comunicar motivo de ausência ou não, é direito dele. Mas, não fazendo isso, ele estará cuidando? O cuidado é um dever, também, legítimo.

Diante disso, minha conclusão é a seguinte: Não existe um tempo específico para uma espera. Cada uma sabe o que tem e se o que tem vale a pena. Mas deve-se refletir sempre o seguinte: o que estou esperando? Por que estou esperando? Até quando estou esperando? Se você não souber responder a nenhuma dessas perguntas, alguma coisa está errada.

Cada dia que se passa não tem volta, portanto, é uma grande responsabilidade deixar alguém esperando pois perda de tempo é perda de vida. Pense nisso e verá se sua espera tem valido a pena.

Deixo aqui um texto baunilha que, adaptando ao nosso estilo de vida, cabe na situação.

"Quem quer não adia, aparece. Quem quer te ver agora, não vai deixar pra amanhã, mesmo que a distância seja incalculável ou já seja tarde pra isso. Quem quer, não deixa pra depois o que pode ser feito agora. Quem quer ficar, fica sem que a gente precise implorar. Quem quer cuidar, simplesmente cuida. Quem quer, provavelmente não vai suportar a saudade, não vai poupar sentimento e entrega pra te ter.
Quem quer, arruma um jeito. Quem sente vontade, faz saudade virar encontro, faz cinema virar motel, faz o cansaço virar amasso, faz dias frios mais quentes. Quem quer é capaz de viajar 100 quilômetros só pra te ver, e não interessa se o tempo fechou tão rápido, quem quer não vai pensar duas vezes em te ver hoje ou deixar pra próxima semana. Quem quer, não vive de conversas, não perde tempo, não arruma mil e uma desculpas pra justificar que não vai dar pra te ver hoje porque o dia foi cansativo demais.
Quem tem saudade do teu sorriso não se contenta só em ouvir a tua voz pelo celular, quem quer estar com você sentirá necessidade de te ver pra conversar sobre como foi o seu dia, sobre todas as coisas que te fez perder a cabeça e vai entender que é melhor te abraçar nos momentos mais difíceis do que te mandar um ''fica bem'' por mensagem..." (Iandê Albuquerque)


Espero ter ajudado.

{Λїtą}_ŞT

Feliz propriedade do Senhor da Torre