Roberta Close - ícone da feminilidade nos anos 80
"Eu nunca fui homem, sempre fui Mulher"
O conceito de mulher, atualmente, é algo muito mais complexo e abrangente do que aquela concepção de outrora, que contemplava somente quem tivesse cromossomas XX. O sexo biológico.
Falar em mulher é, antes de tudo, falar de um universo muito mais abrangente e que passa, antes de tudo, por “ser mulher”.
Ser mulher é então, pensar, exercer e vivenciar a feminilidade, independentemente da sua anatomia.
O célebre questionamento de Simone de Beauvoir - que nos torna mulheres? - nunca foi tão atual e propício à discussão.
Muitas das diferenças entre homens e mulheres nos séculos XV ou XVI, caíram por terra em função da evolução dos costumes e da própria cultura da nossa civilização. Luís XV vestia-se de uma forma extremamente feminina para os padrões atuais, inclusive pelos sapatos, cujo salto leva seu nome.
A revolução industrial abriu para as mulheres uma nova realidade, bem diferente daquela em que apenas o trabalho doméstico a elas cabia.
O advento da pílula anticoncepcional revolucionou a questão do exercício da sexualidade, como nunca fora imaginado (também para os homens), libertando a mulher e possibilitando um controle maior sobre o próprio corpo. Ser mulher não mais significaria gestar e cuidar da prole.
A conscientização e a aceitação, por parte da sociedade, em relação ao transexualismo, como algo perfeitamente normal, apesar de ainda provocar discussões, mesmo fora do âmbito religioso, corrobora a necessidade de se reconceituar o feminino.
Então, ser mulher passou a ser visto, pelo menos até os nossos dias, como algo em constante evolução.
Até que ponto o travestismo e o crossdresserismo podem ser considerados manifestações do feminino, e não meros fetiches?
Quanto de feminilidade há em uma travesti, ou em uma crossdresser?
Não me refiro somente ao gestual, ou à indumentária.
E este “en femme”, que significa estar montada; restringe-se apenas à roupa, ou há algo mais, como o sentir-se mulher?
A cada dia mais me convenço que este “ser feminino”, ou ser mulher, não é apenas uma questão de genitália, útero ou ovários. Mas sim de identidade!
E agora deixo a seguinte pergunta:
No dia 8 de março, a quem devemos homenagear?
Talvez o dia internacional da mulher devesse ser chamado:
*Dia Internacional da Feminilidade*
Werther von AY erschaffen