11 de mai. de 2016

A DIVERSIDADE E A VERDADE DE CADA UM

O BDSM, ao longo do tempo, vem se metamorfoseando. O que era inicialmente definido em uma ótica muito crua e restrita, apenas o SM, evoluiu com a inserção das duas outras consoantes; isso, no meu entender, trouxe um sentido mais abrangente, significativo e apropriado, afinal o BDSM atual é muito mais do que reflete a dualidade Sadismo e Masoquismo.

O que temos atualmente inserido sob a égide dessas quatro letras é uma infinidade de Fetiches e Comportamentos, que desde a época das listas até hoje, nas redes sociais, tem sido motivo de constantes questionamentos, pareceres e discussões. O BDSM ficou departamentalizado, embora não se trate de “setores estanques”.


Com bom senso e respeito, consegue-se permear por estes e conviver com as diversas opiniões, sem choques. Aliás, choques é o que não falta por aqui.
O BDSM passou a ser como a impressão digital. Cada um tem a sua, mas todas com aquelas ranhuras e linhas concêntricas como significado de “uma só essência”.

Apesar dessa diversidade, temos algo em comum, que deveria ser um fator de união.
Somos considerados diferentes; somos (todos) a exceção. Somos contracultura.
Somos estereotipados, criticados, marginalizados... E outros tantos “ados”. Além disso, não temos visibilidade social, como há em outras “civilizações”, especialmente na seara norte-americana, ou na europeia.

Por aqui, os conceitos da moral vigente não permitem que sejamos respeitados e entendidos como um grupo de pessoas normais, que trabalha, paga seus impostos, assume responsabilidades, etc. Há o “status quo”, de uma falsa moralidade, impregnado na mídia, que permeia a sociedade cerceando a visão, o entendimento e a razão.


Neste ponto, até que o contestado "50 Tons de Cinza" serviu para mostrar que existimos e que não somos um bicho de sete cabeças, ou a besta do Apocalipse. É muito certinho e bonitinho, é bem romanceado, mas tem lá o seu valor; afinal o BDSM real não exclui a passionalidade.
Muito das relações primam por esta vertente. A gente se apaixona por aquilo que faz, ou pelo outro lado, seja a pessoa, o personagem, ou ambos.
Quanto a mim, jamais saí totalmente ileso de uma relação, nem tenho a pretensão de que isso aconteça.


Penso que certas coisas na vida não admitem o meio termo, ou você entra inteiro, ou é melhor não se aventurar. Por outro lado algumas flores têm espinhos, então...
Amo ao que tenho e principalmente ao que conquisto; então a minha escrava não seria a exceção.
É assim: O BDSM tem os bônus e também os ônus!
Mesmo assim, sou daqueles que acreditam que o melhor é manter o BDSM na obscuridade, pois quanto maior for sua exposição, maior será a pressão. Isso sem contar com o assédio de curiosos, e pior, dos arautos da hipocrisia, que sempre aproveitam para criticar.

Eu gosto é assim, na obscuridade, no gueto. O BDSM é fascinante, e continua fascinante mesmo depois de tanto tempo. Por que há pessoas fascinantes, essa é a questão. Pessoas inexpressivas, que não fascinam, simplesmente desaparecem com o tempo. Aqui não é diferente do que ocorre na natureza, há sim, uma seleção natural. A força de cada um está na sua autenticidade e só os autênticos sobrevivem.

Certamente a metamorfose do BDSM não chegou ao fim, as combinações das quatro letras tem um limite, mas não a imaginação e a criatividade do ser humano, ou a diversidade de novos e inimagináveis comportamentos. Conviver nessa verdadeira galáxia, em que todos brilham é fácil, basta ter a noção do próprio brilho e respeitar os demais.


Werther von AY erschaffen


*Texto publicado originalmente no blog WERTHER e {W_[amar yasmine]}, em 10/05/2016.




5 comentários:

{Λїtą}_ŞT disse...

Sr. Werther von AY erschaffen, Dono de Amar.
Como já havia dito lá, é com muito respeito que venho comentar seu ótimo texto, com o qual concordo quase inteiramente, especialmente no que tange à obscuridade. Sim, o BDSM esteve melhor enquanto não era popular.
A popularidade em nada nos ajudou, ao contrário, colocou-nos em pior situação uma vez que a sociedade, hipócrita e cheia de tabus,não nos encara como pessoas normais, de vida normal como quaisquer outros... e isso nos coloca em risco de julgamentos e retaliações que não precisamos.
Respeitosamente discordo de ser um espaço tão democrático assim por ter uma noção muito radical daquilo que é e daquilo que não é BDSM... e ser fetichista, na minha opinião, não é ser BDSMer.
No entanto, seu texto é tão expressivo e esclarecedor que peço sua autorização para publicá-lo no blog escravas & submissas, criado por sua escrava Amar Yasmine.
Deixo saudações respeitosas para o sr e beijos para minha amada amiga

Anônimo disse...

Verdade, ótimo texto! As vezes penso, que muitos que nos criticam tem no fundo o desejo oculto de estar do lado

momentos.

Meus respeitos Sr.

Anônimo disse...

Excelente texto minha musa!!

Ressaltando:Com bom senso e respeito, consegue-se permear por estes e conviver com as diversas opiniões, sem choques.

Bjssss

IVAN❤ⓛⓞⓥⓔ♀ disse...

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Anônimo disse...

São marginalizados, criticados e excluídos porque são a escória da sociedade. Precisam se esconder porque ninguém os quer no meio da sociedade! Não da para conviver com pessoas assim, deveria ser considerada uma doença psíquica, porque não é normal! Deveriam estar em tratamento, isolados da sociedade pois colocam em risco o discernimento e até mesmo a vida das pessoas envolvidas! Onde já se viu numa relação pessoal uma palavra de segurança?!? Se precisa de uma palavra pela sua segurança é porque corre riscos de morte! 50 tons de cinza só serviu para fingir que tudo isso é bonitinho, romantizado, porque não dizer, fofo! Mas de bonitinho, romantizado e fofo esse mundo sujo não tem nada!!! Usam tudo isso para estrapolar o que é considerado são! Vocês